E o coração do Genoíno, hein?

Começou o “Big Brother Papuda”.

Ao contrário das terças/quintas-feiras, data em que costumaram ter início os  trocentos “Big Brothers” que a Globo transmitiu e ainda insiste em transmitir, esse novo modelo daquilo que foi teorizado por George Orwell lá em 1948 (sim, para quem não sabia, “1984” é uma espécie  de trocadilho com 1948), começou nesse sábado, com a transferência dos peixes-grandes do Mensalão, José Genoíno, Delúbio Soares e José Dirceu para a penitenciária da Papuda, em Brasília.

Tão logo as prisões e traslados foram feitos, começaram a sair notícias do tipo “avião que transportou mensaleiros foi comprado em 2009 para combater a corrupção”. Ah, que desfecho mais poético, de lavar a alma do brasileiro, sedento por justiça no “maior caso de corrupção que o Brasil já viu”!

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E então, foi a vez de Genoíno ser revistado nu, obrigado a vestir o uniforme de detendo e tomar água de torneira. Coitado! Os mais de 500 mil presidiários desse Brasil varonil e seus familiares, quando vão visitá-los, nem passam por essa situação…

Depois de ter passado por tudo isso, na terça-feira, ele ainda passou mal na terça-feira (um princípio de infarto, dizem os meios de comunicação) e o sem coração (perdoem a maldade) do Joaquim Barbosa nem ligou. Aí a Dilma disse que sabia do problema que o Genoíno enfrentava e que é muito grave e “inspirava cuidados”.

Num lapso de bondade, o paladino da justiça e herói da direita brasileira, mandou Genoíno para a prisão domiciliar até que uma junta médica avalie seu estado de saúde.

Nunca antes na história desse país, um problema cardíaco de um detendo chamou tanta atenção. Pena que é só de um.

Enquanto isso, outro paladino da justiça (até a água bater no seu próprio traseiro), Geraldo Alckmin, afirma que “não faz sentido afastar os secretários que, quem sabe, se a justiça reaça brasileira quiser, estariam envolvidos no esquema de pagamento de propina para o seu próprio partido e para o DEM”. Quaisquer semelhanças com o Mensalão podem não ser mera coincidência.

Falando nisso, você já ouvir falar num tal de Mensalão Mineiro?