O assunto de grande destaque no futebol paulista, e talvez brasileiro, é a crise vivida pelo São Paulo. São seis derrotas seguidas, nove jogos sem vencer e uma situação que parece cada vez mais difícil de ser contornada. Como eu já disse inúmeras vezes e repito, o principal motivo do São Paulo estar nessa situação está no fato do clube ser comandado por uma diretoria incompetente, ultrapassada e arrogante. Não estou ignorando que os jogadores tem a sua grande parcela de culpa, mas tudo isso influencia dentro de campo.
Se não bastasse isso, me chamou a atenção um fato que aconteceu após a humilhante derrota para o Cruzeiro por 3 a 0 em pleno Morumbi, no último sábado (20). Um grupo de torcedores se reuniu em frente ao portão principal do estádio e começaram a protestar contra o presidente Juvenal Juvêncio. Até aí tudo normal. Porém, poucos minutos depois chegaram os membros de torcida organizada e simplesmente começaram a ameaçar os torcedores comuns e impediram estes de protestar contra o atual presidente, e de quebra, proferiram xingamentos a Marco Aurélio Cunha, ex-superintendente do Tricolor e que provavelmente será candidato a presidente nas próximas eleições.
Aí eu pergunto: por qual motivo, razão ou circunstância a torcida organizada não quer que proteste contra Juvenal Juvêncio? Será que é porque eles tem algum rabo preso com a atual diretoria ou simplesmente acham que o Juvenal não tem culpa alguma? Tenho 100% de certeza que é a primeira opção. Para completar, eles ainda manifestaram contra Marco Aurélio Cunha. Qual o motivo disso? É simples. Por terem rabo preso com Juvenal, não é surpresa para ninguém que eles ataquem o principal opositor da atual diretoria do clube. Não consigo imaginar que alguém em sã consciência criticaria um profissional como MAC, que fez um excelente trabalho enquanto esteve no Tricolor e que cobra diariamente mudanças no clube mesmo não fazendo mais parte da atual diretoria.
Aliás, só para deixar claro, torcida organizada não é representante da torcida toda. É apenas um grupo que visa seus próprios interesses e benefícios, não os do clube. Eles não tem o direito de oprimir e impedir quem quer que seja de se manifestar e expressar suas opiniões.
Voltando à diretoria, os atuais dirigentes tricolores estão afundando o São Paulo Futebol Clube. Se percebe nitidamente que não há comando, que todos estão insatisfeitos, que o clima é péssimo no vestiário e que os mandatários não gozam de prestígio junto aos jogadores e comissão técnica.
Enquanto outros clubes brasileiros avançam em nível de estrutura e profissionalismo, o São Paulo parou no tempo, como bem disse o capitão Rogério Ceni. São inúmeras decisões equivocadas, declarações mal dadas, contratações que se tornaram verdadeiras furadas e outras coisas mais. Para completar, a janela de transferências internacionais fechou neste final de semana, e quem o São Paulo contratou? Ninguém. Isso mesmo, ninguém.
O time necessita ao menos de três ou quatro boas contratações para tentar competir de igual para igual com outros times do futebol brasileiro. Porém, para a tristeza dos torcedores, esse será o time do São Paulo até o final do ano. A diretoria diz que o time é qualificado para disputar todas as competições do segundo semestre. Ou eles estão bem gagás ou são muito gênios e visualizam algo que ninguém mais consegue enxergar.
Para o resto desse ano, o esforço do São Paulo deve ser o de permanecer na primeira divisão. Diante do cenário atual, isso estaria de ótimo tamanho. Não resta outra opção a não ser os jogadores se unirem e ralarem pra evitar tal vexame. Apesar do time ser limitado, não acho que é time para ser rebaixado. Já para 2014, mais precisamente em abril, quando ocorrerão as eleições presidenciais, o clube terá que se ver livre da atual diretoria e ter em seu comando profissionais competentes, compromissados e que possam assumir a direção de um clube com o tamanho e a tradição do São Paulo Futebol Clube.
Já a torcida organizada… Ah, é a mesma que pediu a cabeça de Rogério Ceni em 2004, um ano antes do capitão erguer a taça de campeão da Libertadores e do Mundial.
[…] só conseguia culpar a diretoria pelo atual momento do São Paulo, mas depois de saber que a maior torcida organizada do clube protegeu o Presidente e atacou seu principal opositor, percebi que o time está refém de um ditador, que tem o controle […]